Vivendo ...

"Todo o homem saudável consegue ficar dois dias sem comer - sem a poesia, jamais."

Charles Baudelaire

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Não é mais como antes


Chequei as rugas
E vi que ainda contam a mesma história,
Que, se não é repleta de glória,
Também não possui fugas.
Senti que não beijava como antes;
Que meu coração já não mais batia,
Não como em outros instantes;
Que eu não mais a reconhecia.
Como senti falta...
De mim!
Como se a vida não fosse um fim,
Um caderno sem pauta,
Morri por dentro e por fora,
Largando o mundo,
Socado no fundo...
Diferente de agora!
Eu não beijo como antes.
Meu coração não bate como antes...
Bate forte, sempre, em todos os instantes.
Eu, mais uma vez, a reconheço!
Está está em toda a cidade...
Em qualquer idade...
Sem qualquer saudade...
Sem identidade...
Sempre soube que a mereço,
Suprema juíza, felicidade!


Por Thiago Vieira


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Punições divinas e terrenas

Sonhar algo que não existe
É um auto-flagelo de um vândalo,
Que, baseado na punição a Tântalo,
Desfigura-se, desejoso e triste.

É achar que o fruto está perto
E que a água do rio está ao alcance,
Quando, na verdade, o certo
É que a árvore some e água recua no mesmo lance.


Por Thiago Vieira

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

"Trabalho, preocupação, cansaço, problemas é o que enfrentamos quase a vida inteira. Mas se todos os desejos fossem satisfeitos de imediato, com que as pessoas se ocupariam e como passariam o tempo? Suponhamos que a raça humana fosse transferida para Utopia, lugar onde tudo cresce sem precisar ser plantado e os pombos voam assados ao ponto, onde todo homem encontra sua amada na hora e não tem dificuldade em continuar com ela: as pessoas então morreriam de tédio, se enforcariam, se estrangulariam ou se matariam, e assim sofreriam mais do que já sofrem por natureza."


Por Arthur Schopenhauer

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A lenda do tesouro perdido


Há quem muito diga,
Em algum lugar escondido
Nos aguarda um tesouro perdido
Que nos causa um frio na barriga.

Uma luz que nos guia,
Aquece e ilumina a alma,
Trocando a inércia e a calma
Por um estado permanente de alegria.

É um pequeno gesto!
Um sentimento modesto,
Porém de imenso valor.

Ouvi, pode-se sorrir para sempre,
Quando, sem procurar, finalmente,
Encontramos o verdadeiro amor.


Por Thiago Vieira

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Por que não vejo o teu sorriso?



Por que não revelas ao mundo o teu sorriso
E fazes, de qualquer paisagem, quadros,
De qualquer brisa, tufão,
De quaisquer cinzas, carnaval...?


Por Thiago Vieira

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Cine magestic

Eram olhos que iluminavam a tela
E a boca - que boca era aquela -
Soprava um vento leve e gostoso
Que - só de sentir - me fazia jocoso.

O que falar dos seus cabelos?...
Não me lembro bem se eram vermelhos,
Mas mudavam sempre de cor,
Tal como um ritual, dependendo do humor.

O drama, a comédia, os romances...
Detalhes enormes, repletos de nuances,
Que acaloravam nossas cenas;
Momentos únicos de nossas vidas apenas.

Quando as luzes se apagaram,
Não houve reprise; não houve final feliz.
Apenas as memórias me restaram
Daquela que, em minha vida, era a principal atriz.


Por Thiago Vieira

Fuga

Sonhei estar sonhando,
Andando entre arbustos
E salgueiros robustos,
Saboreando os passos, delirando...

Criei uma nova verdade.
Para fugir das mágoas do mundo
E de tudo que o torna imundo,
Mergulhei numa metarealidade.

Tentei me esconder do Sujeito
E refugiar-me na escuridão
Do meu ser imperfeito.

Ao acordar do devaneio,
O choque de realidade veio:
A vida em si é a real ilusão.


Por Thiago Vieira